Na minha cabeça..
Seguem as máquinas que batem as estacas
fazendo barulhos ensurdecedores,
Giram fagulhas perdidas no vento
queimando sozinhas pela açao de um gas...
Folgam dentro parafusos soltos
que não se encaixam em nada
que se use ou se veja
apenas que se sente...enquanto
dormem calados os trilhos do trem
esperando a chegada de outro vagão...
Eu me pergunto... onde estão as naves
que voam no caminho
me disseram que um dia acabariam com o mundo..
filmes as mostram tão poderosas
são como os amores que pulam pelas pontes..
Na minha parede..
Deslisam os falhos finos fios
das teias de aranha
pelos cantos
são os prantos das viuvas
que não andam de preto
mas também estão sozinhas..
E quem matou o meu imaginário ?
Foi o medo
de ficar sem ninguém
E as alianças esquecidas
nas gavetas nos armários
devem estar.. pensando em vão
que sobreviveram com seu brilho
no ouro delicado que foram forjadas..
e nunca mais serão usadas...
E tudo aquilo que me prometeram
são as histórias de ficção
mais reais
que verdadeiras
nas frestas dos hotéis...
No espelho as imagens se repetem
são corpos diferentes
com idéias similares
rasgando frígidas os meus sentimentos
que sem entender.. deixei pra lá..
Mas se tudo que eu sinto
escondo bem fechado
dentro de mim...
São só detritos
que não valem a pena
e nunca mais me esquecerei...
São só as grutas úmidas e meu sorriso
prateando as fotos
agora aceleradas com voce...