domingo, 22 de novembro de 2009

Caminhada

Por que mais uma vez encontram-se abafados os medos dos que choram de amor ?
(E ainda procuram dentro de si o coração perdido onde abutres teimam em comer o que sobrou de mim)
Embora os sonhos, tenham se perdido no meio de tantos ornamentos, ainda sangra a face e os olhos em meu lamento.
Choro os sonhos perdidos e o tempo. Apagam-me a alma.
Não lembro mais de quem fui e também não sei mais quem sou.
Perdida nesta grande e longa caminhada que parece tão curta, mas larga, esqueço, no ímpeto de esquecer. E tento recuperar o elo perdido, flagrante despido de mim.
Nas frágeis telas, sombras que se vão, intrépidas, entre as folhas secas do gemido quente, do meu desejo pela paixão.
Embora não sejam estes os imãs que me grudam nas paredes do meu peito, ainda peço o temido beijo, que congele por inteiro o meu corpo e me entregue por completo ao general que comanda a jaula, onde esta presa a minha palavra, que insiste tanto em ser declamada.
A tão chamada e inerente ingratidão.
Porque seria tão temida a fraqueza do meu coração?
Para que sentir o amor se ele não me revela a paixão? Para que sentir a paixão se ela enfraquece o gesto, emudece a voz e cala a expressão.
São apenas sons, que vem e vão, são apenas gozos perdidos no colchão.
E a cada dia encontro o medo gerado por todos os homens passados.
Mas ainda assim eu tento,,, não ter meu corpo parado no alto de um monte gelado cortado pelo vento frio.
Não existe vento aqui onde estou nem tão pouco o amor tomou-me por inteiro, mas sinto a ausência do amor, que é bem pior que senti-lo e a perdição do restrito, do não permitido a mim, por ser tão pequena e grande tão humilde e fria.
Não existe amor nenhum, não existe nenhuma paixão.
São apenas desejos, escondidos na mente, felicitando os líquidos jogados pelo meu cérebro intocável, que procura desesperado, um meio de fazer-me feliz, neste recrutado é mórbido mundo sem falácias sem montanhas, sem uma siquer verdade, inteira ou metade.
( Hora de solidão)

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