Grita, o medo, de mim.
Grito eu
não tenho medo de você,medo.
Sou apenas um susurro
espreitando a hora de matar.
Todos os dias insiste em reviver
mas eu sempre mato você.
Não adianta mais me apavorar.
Sou maior do que você.
E a culpa?
Nada vale sem o medo!
Não reage sem desespero...
Sobram em mim delirios
Falta em você
coragem
Digo que não vivo sem alertas
Também não posso suportar a ausência
dedico alguns minutos
no pensamento perdido
falando sozinha nos cantos
cantando na companhia do vento
as coisas que eu queria dizer
para irritar você
mas as horas passam mais rápidas
do que eu posso prever
e novamente te encontro
sem muita razão no teu ser
pois o sentimento que assola
não é medo nem prazer
é o trepidar das rodas
no asfalto
o sacudir do viaduto
entre os caminões que passam atônitos
me esmagando nas linhas do chão
Encontro o escalpe e a guerra
no imenso mar de cimento
no azul cinza do céu
que não decide por nada
jorram em mim as ideias
depois se perdem no tempo
ja não sou mais tão intensa
engulo todas as crenças
perdoo todos os mortos
e esqueço de mim em um momento
permaneço flagrada pela luz
que entra sem piedade no quarto
e me acorda pela manhã
me dizendo que sou eu, o medo.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Parabéns.. belissimo poema.
ResponderExcluir