domingo, 4 de dezembro de 2011

REVERSO

Todo tempo se ve
as cores distorcidas pela luz
transformadas as formas reais
nos iludem
como homens,como os sentidos..
atordoados não entendemos
o gosto,o riso - a sombra
e tudo enriquece a imagem
trancada em armários memórias
que abrimos,fechamos-escondemos
e as vezes nem lembramos onde..
A cadeia que encerra a prisão perpétua das marcas
nossas histórias perplexas
que invandem de súbito os dias
quentes,sólidos,herméticos.
Para isso existem os corregos
que fazem fluir os sentimentos
derretidos,os cubos de lembranças
biam suaves..balançando
descendo a corrente- vida a fora
desembocando em outros rios
braços que se encontram nos caminhos
levam restos das margens - galhos secos..
olhos claros,beijos longos e... sorrisos
o inverso é a cara
de uma moeda gravada
esfinge repetida
preços ao acaso
são os pagntes erros prata
imersos nos cofres de cerâmica
para no quebrar estar repleto
das mais diversas digitais
em cada moeda - seus dedos
amor
não podem ser vistos
são suas claras marcas fortes
onde deposito meu remorso
minhas pérolas
meus mariscos
É o reverso de mim
quem procuro a duras penas
por não conhecer a fluência
das coisas que foram vividas
não detesto nem amo
o que nasce é destino incontido
que vaza...
pretendo apenas guarda-los
em dobraduras bonitas
para pendura-los em ganchos
em uma sala de  espelhos de mim.

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