sábado, 24 de novembro de 2012

FENIX

As asas estavam pálidas 
nenhum voo era possível
 na força estavam as palavras verdadeiras
o encanto que paralisava
desmembrou atônito o canto
e sendo seres humanos vertebrados
e por hora  sem movimento
perguntamos a Deus e a outros
porque nada sentimos ....
esperar que o encanto nao se quebre
que os olhos nao percam o brilho
e olhando Lua tão linda
 a noite  ficou  vazia
por nao  ter  teu abraço
a distância me tornou impotente.....
tão perto e tão longe te sinto
são só imagens ao vento
mas as imagens nos levam
e voltam a bater as asas
em fogo
 se torna a ave
e sobe o mais alto que pode
vendo voce se contenta
esconde o tesouro recente
debaixo das cinzas que a queimam
renasce vibrante novamente
e flagra seus olhos brilhantes
percorrendo em rodas as ruas
pensando que pode ser diferente
um desejo uma vontade um sonho....
te encontro nas pedras
transformado na ave gigante
adornada por penas impermeáveis
que
controlam meu pranto exigente
pra nao me perder no tempo
me segura nas garras potentes
entao desfaleço calmamente
e durmo debaixo de ti.


 

domingo, 28 de outubro de 2012

ousadia

Sendo eu simples átomo de pensamentos solúveis
busco atônita o extremo de mim
onde moram epígrafes , versos
  movimentos...
gestos e irritações ...
Dissestes a mim o mundo é cinza
e nao branco ou preto
entao questiono o teu cinza
tranformando em mundo de cor
pois os medos que nao sentes nunca
por sua segurança te escrever
me carrega na margem de um rio
e nele nem sei como navegar
não conheço os teus segredos
nem pretendo neles me infiltrar
sao para mim pó de medo
palma de uma mao sem linhas
nada se pode ler
mas o desafio me comove
e sendo eu mulher rebelde
tocarei o rock que descreve
em notas baixas meus desejos
ora graves ora agudos
e nos pelos macios de um gato nobre
agrego polem de flor
e o cheiro que percorre o ar restrito
te dira em apelos aquecidos
que ja nao sinto mais dor
em ganhar ou perder  sonhos
pois neles fortaleço o respeito
por tamanha fonte que nasce
 clara e límpida água
água de questões de diálogos
de cavernas com sombras platônicas
e quem morará nos teus planos?
Quem poderá resgatar tua pureza?
Ja perdeste a inocência a tempos
e conhecendo tanto assim de si mesmo
serei eu mera coadjuvante
( nunca subestimada por ti)
a encarar te nos olhos
espelhos fortes de mim
onde farsas e comedias se encontram
páginas amarelas que voaram
do passado que me transformou
em fovismo desleal
impressionismo pontilhado
fragmentos disconectos
embebidos na ousadia
me desestabilizas totalmente
e assim, ardente ensaio
concretizo o mágico beijo
aqui transformado em palavras
para que creias no toque
estrondoso e veloz
apelativo e fugaz
que chamo de amor.









sábado, 20 de outubro de 2012

PALAVRAS

Todas as vezes que busquei te encontrar
 dei de cara comigo
e vendo bem de perto não pude evitar
me ver nos teus olhos... foi tao intenso

e agora os restos de todas as palavras que disse
ainda estão tao vivos
e guardados profundamente
que frequento todos os dias o meu coração
trocando as doses de medo e angustia
girando os anéis nos dedos
inquieta tao inquieta estou
que pertenço ao mundo peregrino
onde os nômades povos viajavam
escondidos ou fugitivos
pois se não posso encontrar mais você
serei eternamente viúva de ti
sem que tenhas realmente morrido
e trocarei todos os nomes que amei
por um único sonido
o bravo amante em seu deleite
me escolheu dentre tantas mulheres
para fazer-me prisioneira do encanto
das palavras doces e meigas
e tudo se tornou tao real
e a mistura das letras formava
um nome que nem sei inteiro
mas que grita afoito e forte

e ainda
me ponho aqui chafurdando a terra
esperando por mais...

 palavras

serão as minhas verdades
e sem elas sou fraca e pobre
cega e fria
então faço de mim um preludio
um solstício vivendo este encantamento
e
 no destino
em quem nao creio
deitarei esquecida  de tudo
porque me pediu  amor
e me devolveu  desprezo.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

tempo

A grossura do tom
espanta a malidicencia
 que causa a dor hora pendente
que insiste em aflorar todos os dentes
deixando a marca ardida
dos que partem sem deixar medida
e voltam querendo o que se foi
esquecido nas artemanhas da vida
e tudo parece tao vago
 do nada se junta tudo
e é bem mais facil entender
a plenitude da vida
quando se vive afobado
e depois se cuida do tempo
 que era meu inimigo e
me parecia tao curto
contemplo agora cada segundo
como o sangue que corre na veia
ele parece mais lento ,,,

... posso dizer que falei
muito mais coisas que devia
e poucas delas guardei
para dizer qualquer dia
  algo que nem eu sabia
que poderia sentir e ver
e descobrindo tao louco
o mundo em que um dia vivi.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dispersa

Nos dias frios
aqueço os meus olhos com os sonhos
e no vazio
disperso os pensamentos ruins
pra que não haja um delírio insano
e não me encontres vazia
pois no vazio não existe ar
e sem ar padeço
e o peso dos pés me custam
o preço dos critérios de julgo
e voltar seria   normal
retroceder onde se fez historia
amanhecer na custódia do medo
de ter perdido o meu elo
entre o amor e o mistério
mas são teus os fraquejares
e todos os ricos elogios
desfaço o laço dos sapatos
atiro-me na cama cansada
de esperar o extremo
ao cobertor dou meu
 frio e então retiro o espinho
que me feriu tanto tempo
e passo saliva na dor
esquecendo todo o perigo
durmo do outro lado
só pra preencher o espaço
assim não me sinto sozinha
e nem me perco nos traços.

domingo, 27 de maio de 2012

A freira e a artista

Seus olhos diziam mais que as palavras podiam expressar
em meio ao distúrbios, invólucros remendavam cada pedaço de pele
daquela moça
era como se fosse uma imensa colcha de retalhos
cada centímetro de seu corpo
dizia um pouco sobre o que sentia
cada cor nas pontilhadas pintas,
 marcavam as estrelas que contou
nas noites que não dormiu sozinha
mas a noite era a companhia de quem estava sonambula
perdida ancorada em portos sem água
esperava e esperava vazia
que se enchessem as margens
para que pudesse sair sozinha
jogada de um lado pro outro
e ainda assim seria pouco
pra quem não tinha medo de nada
e Deus a olhava intensamente
como quem nunca a perdera de vista
ela sabia que seus segredos estavam com  quem merecia,
 revelados ...
e não temia a morte
embora ja tivesse morrido tantas vezes
e ainda morre
morre quando lhe tragam a alma
em pequenos comentários insólitos e infames
e acorda maior e menos afoita
do que o dia que perdeu-se de si mesma...
jorravam dela os trêmulos pedidos
por uma vida com Deus sem máscaras
e assim encontrou a artista
e comeram um grande almoço pequeno
dividido como quem divide a mesma lágrima
no impossível e falido sentimento de culpa
por não ter feito da dúvida o espelho
e riram um riso contido
de quem entendeu o sentido
de ter escolhido a verdade
como sublime conselho esquecido
a verdade ficou defasada
e olharam pro mesmo pedaço
que ia sumindo aos poucos conforme elas comiam
e assim se vai a vida
dividida em melódicos tons
de musica tocada em violino
estridente e fino o som moído
apaga as lembranças dos gritos
 gerando
 novos filtros destilados
onde decantam o sal e a água
dos nosso choros escorridos.


sábado, 26 de maio de 2012

Num pais onde o ridículo é importante e o importante é ridículo é imprescindível tornar-me ridícula para realmente entender o que é importante.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Somos tão insignificantes que precisamos olhar nosso reflexo em algum lugar para podermos fitar nossos proprios olhos ...portanto se posso me ver em teus olhos alcanço mais rapido o meu intimo e assim me encontro em ti ..

domingo, 29 de abril de 2012

intimamente

Intimamente me perguntas o que sou
como posso estar sem mim e junto com voce
respondo que sao apenas detalhes
os meu temas sao analogos
meus sorrisos são fraternos
os olhos escondem as gotas
e o brilho é por conta da luz
e se sao tao pequenos meus descartaveis pensamentos
onde poderei tomar de ti
os beijos que nunca destes
os mitos que nao viveu
são os amantes das palavras
que me fazem temer
pois palavras mesmo perdidas
revelam quem é voce.

sábado, 7 de abril de 2012

avesso

Não posso ver e tenho olhos
nada ouço senão meu proprio coração
que sente os retalhos
desunidos sem linha
paradoxos de historias
fragmentos de verdades
entumecidos de sangue
aguado e fino
como as lagrimas que outrora caiam
descascadas peles se misturam
e na tinta borrada tatuagens
escritas sobre meus ossos aparentes
mostram criptografados meus segredos
os quais insistia em contar
troco minhas vestes de pessoa
por qualquer coisa que valha  a pena
porque ser gente é vazio
sombrio e frágil
troco minhas vestes de carne
por outra coisa que valha a pena
ser carne é pouco durável
e ser humano não vale a pena
na busca da sinceridade
fraquejo sem esperança
vendo o tempo corromper
apagando  a realidade
estou na busca da liberdade
mas estou presa neste corpo
entao me fecho na casca
entrando todinha em meu avesso
trocando o lugar onde piso
por ventos flores e cantos
vendendo ideias de arte
enquanto riem  os inimigos
só podem mesmo assim fazer
pois nao sabem nada de mim
deixo aqui palavras duras
de quem não vive o sistema
e na fadiga o despreso
acompanha minha grade de ferro
se transpassa-la estou morta
se fico nela estou sozinha
fingir o que não consigo
é ser hipoteticamente feliz
abraçada em fotos com amigos
ridiculas margens
 são
poeiras de momentos
sinos grandes e capelas
tocam por assim dizer a hora
de sentar-se no silencio
pra entender o rancor
de nao perdoar a mim mesma
pela honestidade e honra
pela meiguice e docura
pela carencia e critica
pelo desejo de amar.

sexta-feira, 2 de março de 2012

gesto

Então.. conheces meus segredos assim tão fácil?
Como se fora uma mera poesia a minha vida
tu sabes que o sol me impulsiona
que o vento me toca
que o mar me reestabelece
mas de tudo que sabes de mim
nada encontra senão penúrias
fálicos desejos escondidos
que permeiam os encalços
e nas margens de mim
nem eu sei o que ves
mas sabes muito de mim
e sei quem revela a ti
e no tenro gosto do que não vivemos
passamos noites a fora delirando
em palavras espostas e secretas
para não perder de vista
o que de mais valioso tememos
o gesto opaco da firmeza
que segura nossos ombros cansados
e nos livra do peso diário
somos o que não se sabe
o que não se apaga
o que não se pode ver
e dentro de nós impulsiona
voce , eu e nossa luz.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

SONHAR

Então.. me deito solitária sobre minha cama
e penso nos sonhos que tenho
encontro o meu eu tão sincero
devolvo em palavras suaves
a vontade que tenho da vida
o martírio de ser encantada
por coisas bonitas e frágeis
como flores pequenas no mato
e gotas pingando das folhas
sou tao pequena quanto o mito
de ser uma pessoa intensa
que descreve em regulares votos
o temível amor tão cruel
que já nao sinto a tanto
mas falo como se fosse meu
e quando talvez o encontre
saiba a velocidade que eu corro mais
saiba a luz que eu vou brilhar
e o vento que eu estarei voando
pois nao se vive sem sonhos
não se morre nos cantos.

domingo, 8 de janeiro de 2012

desenhos infantis

Embrulhada num pano rosa
sonho a musica que toca
na paisagem do mar que nao vejo
no ármario atras de voce
escondo o meu verdadeiro jogo
pois não sei mais jogar
e se é o fácil que desagarada
nao saberei mais agradar
me perco quando seguro meus cabelos
pra voce nao perceber
que os meus olhos
enxergam a realidade passada
num prato limpo branco
desenhado com flores infantis
la estão os ombros largos
onde pensei me proteger
me falas sem dó
que nada posso pedir
que ja nao tenham pedido
nem te posso oferecer
pois ja tens o teu passado.

sábado, 7 de janeiro de 2012

teu beijo

Na magia dos teus beijos
entrego as minhas sensações
que entre os delirios seus e sao muitos
esqueço a verdade
escureço a visao do real
pra entender o segredo
dos que amam abertamente
as mordidas
o cheiro
o desejo
e deliberadamente fico inerte
pra que me deixes esqueicda em teu peito
onde moram as batidas puslsantes
da tua mao em meu corpo
do teu riso em meu sonho
do teu aperto em meus olhos
quero
o que a imagem nao mostra
o que o sorriso amarela
o que o tempo nao apaga.