sábado, 24 de dezembro de 2011

PLAINAR

Plainar
é estar acima de todos os problemas olhando de forma calma
a injustiça
o pânico
o enredo
Sem saber onde pousar
acaba quando se tem a morte
como final
o grito como apelo
o beijos para o agrado
os sonhos para a esperança
Somos todos um mergulho
apneia focalizada
vida
gera e gira sob o céu
e dele posso te ver pertinho
e seu cheiro me encontra dormindo
abraçados sentimos o fogo
e os olhos lacrimejam de inveja
por não se ter o céu composto
por asas que não sao minhas
Plainar
é ver voce de cima
sabendo que o amanha sempre será amanhã
e dele nada se pode obter
lendo os seus olhos verdes
encontro minha paz
pois sei do teu amor sincero
por essa que aqui jazz
segurando a flor da pele
transpirada de desejos abastados
por ter você todas as noites
aqui sentado
dentro de mim.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Em busca da estrela

Na busca de estrela
encontrei muitos brilhos
não entendia como poderiam brilhar
sendo tão falsos seus olhos
como podem ser estrelas?
Se não sei te procurar
me perco entre os medos .. nos sonhos
olho o vazio pelas lentes da minha máquina
percebo o espelho que me fere
e nele .. o vento
são tão verdaeiros meus desejos
e tão pequenos os caminhos
e sigo atonita olhando o vidro
que transpassa as cores e mistura
são os sons vindos de dentro
que registro nas imagens para sempre
e só nas fotos  existe pra sempre
os brilhos das estrelas não alcanço
mas sinto
que entre os ventos os delirios e os sorrisos
lá estará voce
e esta estrela chama-se
verdade.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pátria amada

Embora pareça seguro
o berço explêndido
nada se pode garantir sobre direitos
e sejam eles escritos
estão mais concretos nas lápides
pelo descaso e regresso
nenhuma ordem se faz
para tornar mais humano
o mundo em que moramos
pequeno reduto povero
alagado,destronado e corroido
onde passeiam livremente
germes bactérias e virus
intoxicando a parte central
de um Brasil mórbido e magro
onde choram cálidas mães gentis
com claves fracas
observam atônitas as balas que atacam nossas crianças
tão doces ,esqualidas bandeiras
ofegantes, não balançam com o vento
o braço - fraco
pendurado no batente se sustenta
no trafego das horas deprimentes
velório sem retorno
mas os emergentes continuam
construindo suas piscinas
afrontando com verde e amarelo
o celeiros vazios  com clorofórmio
atacam nosso povo pobre
em emio as margens plácidas
nomes,gestos audácias
pelo poder outorgado
não és mais pátria amada..

No azul pontos brilhantes são estrelas
pontos brilhantes de bandeira
nao se foge a luta
tantos morrem pela liberdade
esquartejados somos meros observadores
dos altos custos desesperados
operários são escravos
sem moradia comida - apoio
se come manga com leite
e o veneno das lendas
democráticas políticas
não se colhe o novo mundo
do que a Terra mais garrida
nossos campos estão cheio de corpos
devorados por vingança
lá estão eles
olhando os números
índices de genocídio..
pelo poder outorgado, não és mais pátria amada
verde louro da flâmula
pisado e maltratado
pelo juizo dos que não temem a vida
entre as grades das prisões
aguardam o indúlto
Oh liberdade
para caminhar até a aesquina empoeirada
que inalam de euforia
será mais um habitante acabado
misturado à música
o dedsprezo, o desagrado.
Somos os degetos
os restos
perdedores da luta
para os amantes  das plumas
jogos e bolas
armas , favelas , funk e bundas
acordaremos mais felizes
pois estaremos mais burros.

Pelo poder outorgado,
não és mais pátria amada.

secreto

Somos o que se chama de oposto
no íntimo reconhecemos
um decreto mal resolvido
uma lei não sancionada
pela força de um anél - separados
pelos olhos..
unidos.

REVERSO

Todo tempo se ve
as cores distorcidas pela luz
transformadas as formas reais
nos iludem
como homens,como os sentidos..
atordoados não entendemos
o gosto,o riso - a sombra
e tudo enriquece a imagem
trancada em armários memórias
que abrimos,fechamos-escondemos
e as vezes nem lembramos onde..
A cadeia que encerra a prisão perpétua das marcas
nossas histórias perplexas
que invandem de súbito os dias
quentes,sólidos,herméticos.
Para isso existem os corregos
que fazem fluir os sentimentos
derretidos,os cubos de lembranças
biam suaves..balançando
descendo a corrente- vida a fora
desembocando em outros rios
braços que se encontram nos caminhos
levam restos das margens - galhos secos..
olhos claros,beijos longos e... sorrisos
o inverso é a cara
de uma moeda gravada
esfinge repetida
preços ao acaso
são os pagntes erros prata
imersos nos cofres de cerâmica
para no quebrar estar repleto
das mais diversas digitais
em cada moeda - seus dedos
amor
não podem ser vistos
são suas claras marcas fortes
onde deposito meu remorso
minhas pérolas
meus mariscos
É o reverso de mim
quem procuro a duras penas
por não conhecer a fluência
das coisas que foram vividas
não detesto nem amo
o que nasce é destino incontido
que vaza...
pretendo apenas guarda-los
em dobraduras bonitas
para pendura-los em ganchos
em uma sala de  espelhos de mim.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

AMANHA VOU MORAR EM MIM

No dia que tive coragem
olhei pra dentro de mim
e vi que estava perdida
pois não encontrei ninguém.
Dentro de mim havia uma cadeira
onde sentei e pensei
são as minhas histórias passadas
que agora assistirei
e no filme rodado as pressas
vi algumas coisas de bom
lá estavam meus sons
meus mitos
meus segredos
então levantei e decidi desligar
a tela que passa minha vida
o filme está meio velho
antigo
com defeitos
só passaram as imagens boas
as outras não vejo direito
os longos espaços calada
passaram rápido e sem gosto
vi que dentro de mim tinham mais coisas
penduradas nas paredes dos sonhos
cartões de visitas de amigos
bilhetes deixados pra sempre
frases curtas e fortes
de amor força e verdade
Quando tive coragem
entrei no mundo absurdo
que é a vida balburdia
que entro vejo e saio..
Amanha vou morar em mim
que ficar lá dentro é calmo
não me preocupo mais em ter alguém
pra dividir os meus medos
eles morreram de sono
por me verem feliz.

Risos

Risos são paletas
que apoiamos matéria
vazados deixam cair sempre alguma coisa
que se perde no meio de espaços grandes..
risos são pedaços de nós
que deixamos escapar
só pra alegrar um amigo
são guardados nas caixas de alegria
nos caminhões transportados
de vida em vida ... levados
 fechados com portas de vidro
se pode ver alguns sorrisos
mas nada que seja tão verdadeiro
quanto os risos de menino.

Os adultos tentam sim
rir de si
rir dos outros
rir das coisas tristes que acontecem ..
rir de piadas fracas
como a morte
a solidão
a desgraça
nada se tem de puro nestes risos falsos
delegados por sentidos aleatórios..
onde foram para os risos dos adultos?
Esconderam de forma tão rude
que nunca encontram..
procuram na noite
nos beijos
nas amantes
nas piadas
nos filmes
nas comédias humilhantes
mas a felicidade não é riso
é plenitude de alma
é alegria de comunhão
de quem Deus em sua vida.

ROLO ENROLADO

É apenas um rolo de lã
embolado que não se acha a ponta..
Quando encontro a ponta
tem um nó no meio
Quando corto e procuro desenrolar?
Não era a ponta verdadeira..
Se procuro do outro lado?
Continua embolado..
Existe afinal uma ponta?
Ou é um rolo enrolado
cheio de nós e de pontas
que me irritam enquanto desembaraço
e desisto toda vez que tento..
Seria a cor?
Seria o rolo?
Não não
sou eu ...
O problema é que jogo fora o rolo
não quero mais procurar
não quero mais desembaraçar..
me irrito
afinal
tem ou não tem ponta?
Desisto.

Ocasional?

Se não fosse tão tarde pra mostrar que eu não estou desesperada
nem sou de uma noite só..
Se não bastassem os mitos de mulheres lindas e burras
e fracas de mente ou coração
A facilidade do ocasional...
mas eu nao menti
eu senti de verdade
era real o meu medo
você não existiu.

Um dia um menino lindo...se matou 22/09/2011

Em meio ao teu sangue em minhas mãos
teus olhos indo embora deste mundo
sua respiração ofegante  e lenta
sua mão tão pequena
seu semblante vazio
sua vida indo embora
seu pulso se perdendo
e meu coração apagado
A arma .. sobre você
os degraus.. seu corpo ali, jogado
pessoas correndo
com medo
com desespero
que sua alma possa encontrar paz
onde as flores começam a nascer...
nunca esquecerei você...
tente perdoar a si mesmo
pensar em coisas boas foi o que tentei dizer
suas mãos estavam ficando cada vez mais frias
sua respiração terminando
seu sangue esvaindo pelas escadas..
e os gritos dos outros ficaram tao longe
parecia que não havia nada ali
só você eu e Deus

seu olhar no nada
o meu em você

eu tentei eu juro
foi o melhor que consegui
se eu pudesse voltar alguns segundos no tempo
eu sei que conseguiria te convencer...
bala maldita
que entrou em você..
um rosto tão lindo
teus sonhos perdidos ..
mas vejo seus olhos em outras crianças
é o que me consola...
DORME COM DEUS
te encontro no céu...
 anjinho DAVI

VENTOS

Ciclone rodando na minha cabeça..
É vento que sopra constantemente
eu o trópico
você o Equador
e que por ser muito úmido
provoca chuva ao arredor de mim ?
onde ocorre o encontro desses ventos?
Procuro a calmaria

GRÃOS

Não existe espaço entre o hoje e o agora
é o mesmo momento...
parece que já pensei isso antes
que já vivi completamente o que tento não sentir...
escondo entre meus dedos os grãos de areia
mas eles escorrem mesmo assim..
senão com o vazio .. se vão com o vento
são só grãos ..
apelo pedindo ao vento
por favor não leve meus grãos..
o vento não ouve nada..
(nem você...)
e assim se vão os grãos
nada posso fazer
são livres .. é o que se diz
são quentes
macios
mas não tem dono...
os grãos..

você..

Penso .. e se eu molhar?
Grãos molhados ficam pesados ..
mas o Sol os esquenta  e eles se vão..

Você?

Deitar me sobre eles
é a melhor solução
mas não posso ficar para sempre.. e assim..
ah
meus grãos de areia ..
delicados e libertinos
invejados e nômades..
tanto que amo que não desejo prende los mais..
podem ir .. é seu destino
é a vida de quem é grão...

É você?


Verdade

Pra dizer a verdade é preciso duas coisas
sinceridade com você e aceitação dela pelos outros...

RECONHECER

O gosto do que procuras -  a tempos
um  pouco te derruba 
em meio a  tantos pensamentos...
embora nao saibas quem sou
 teus sentidos saberão..
meu cheiro
meu gosto
meu dentro
pois ja nao te basta o que pensas
mas o que o teu desejo - impulsiona
não sou nuvem
não sou vento
mas tu me reconhecerás
na noite em que estiveres
no silêncio.

ENGANO

Ah
Se eu soubesse
perderia mais tempo falando verdades
do que me escondendo dentro de você
verdades são brilhantes
seus olhos não...
sentir ainda é melhor
do que gritar o meu desespero
quem dera fossem doces os seus beijos -
doces são tão faceis de comprar
beijos... não.
Ah
amor
seria fácil se eu soubesse conquistar
em vez de seduzir...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paradoxo

Parâmetros
são laços que se troca -
reciprocidades que não sentimos...
Três pontos
indicam que não se pode dizer o que se sente-
e
embora entristecidos pela força de tanto trabalho
embebidos num lenço fino e leve está o sono
que perdemos por pensar se é verdade
ou ganhamos horas duras e incomodas
escalpeladas por palavras ditas em vão
preciso de um gole de afago
um pedaço do teu abraço
uma folha do teu papel
pra escrever uma nova história
que não seja apenas como o verde
das folhas  dos teus olhos
que aqueça tenuemente como a luz
mordaz e piscante do meu quarto
onde entrego o pranto oculto e nervurado
das formas que imagino ter teu corpo
no poder amenizado das minhas mãos
esquento os ombros delicados
que paradoxalmente querem sair
dos teus
mas esbarram nas batidas aceleradas
do teu coração de ninguém
homem de partes errantes
a quem queria deixar ao deleite
as bravas ondas dos meus cabelos
perdidos entre os gritos gélidos e pálidos
de um peito a beira da morte certa
que não sabe mais amar a céu aberto
nem se vê a olho nu
amor que exala perfume de distância
daquela que quer todo o teu querer
então esbravejas com Deus
os teus pedidos
enquanto os flácidos momentos te agridem
em milhões de notas valorosas e
te perde no segredo fascinante
que será o contágio estruturado
dos meus beijos quentes inflamados
tecidos com linhas de desenhos
regados com pétalas de sedução
onde fora plantado numa tela
a semente cega da paixão.

MLB

Se meus traços falassem, diriam que foram feitos porque nao cabiam em mim...
 se meus beijos marcassem
 diriam que as marcas sao molhadas - de amor
 se meu coraçao pudesse se soltar de mim
 voaria
pra onde existe compaixao , amor , desenhos e beijos.

O vidro

Olho atentamente
minha respiração
marcada num vidro de espelho
Quanto podemos respirar- de ar ?
somente o máximo
que os  pulmões suportam...
entendo que meu ar se esvai ao longo do vidro
mas se meus dedos desenharem algo
 ficará  ali marcado
meu pulmão
meu pensamento
meus dedos
minha digital
será relido
o bilhete
o desenho a respiração
e nesse expirar embaçado
algumas gotas  escorrem...
mas os cálidos momentos
não serão esquecidos
nem com a gotas
nem com o hálito
mas com o tempo
que acaba com nossa respiração
enrolando num novelo - emaranhado
o sonho de quem pensou por mim
o que hoje ainda guardo e temo
pra não esquecer quem ensina
nem perder meu desenho.

sábado, 19 de novembro de 2011

colcha de retalhos

Em seus pequenos pedaços
está lá meu colorido
amarelos , azuis e verdes
brancos nobres meu tecido
em meio a trama que tece
os espaços contidos da linha
empobrecem a carne ferida
pela agulha pontuda que morde
os meus sensíveis delírios
presos fixos um em outro
agora aquecidos juntinhos
se formam em outro tecido
temendo a cada pedaço unido
o gosto fechado - o abrigo
dos braços que correm soltos
na volta dos ombros descobertos
que os cabelos aquecem por força
os dedos frágeis que grudam
cada cor cada momento
embebido em goma endurecem
ao lavar perde o sentido
não será mais branco o gemido
nem meu amor colorido.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Acaso

Se acaso o poema pudesse te convencer
que os meus sonhos são bem maiores que minha expressão
e que dentro dos meus olhos existe tanto amor - mais tanto amor
que não se dissiparia com nenhuma tempestade- nenhum problema
mas
quem sou eu pobre mortal
sem grandes segredos pra esconder
com uma sinceridade absurda
que não consegue ver maldade em nada-
sou uma enganada
alguém que perdeu a noção do que é real
sendo assim tão forte
prefiro a honra à morte
pois nada calaria minha sede
incansável de amar o próximo
e nem tão pouco a rede descansaria meu corpo
não sinto o cansaço nem o mal que me fazem
nada sinto senão amor
e nos olhos alheios a esta minha verdade
gero e giro no infinito
olhando as estrelas que todos veem
mas não sentem como eu as sinto
sou o temido ser que ama
sem nenhuma restrição
e amarei profundamente a todos
sem tremer diante da paixão
pois sem a paixão não resido
em nenhum lugar calmante
sou o acaso delirante
dos que trepidam sem terremoto
sou daquelas que enfurecem os que não podem mais se olhar no espelho
sem ver outra pessoa que nem existe
espero perder me na hélice
que faz o vento em minha face
esfriar o meus desejos falidos
por onde sempre caminho
tentando viver como amante
daqueles que tem tantos medos
e a sombras que fazem nas paredes
são reflexos diferentes
formas que não se conduzem
nada fazem por si mesmas
sórdidas pessoas que não amam
triste fim será o deles
pois nada se leva na alma
senão os amores vividos
então amarei profundamente
e na luta encontrarei minha metade
que talvez seja eu mesma me procurando
no desastre que é ficar sozinha
e nesta jaula amante
sou um nada viajante
que brilha olhando o vazio
que desnuda minha fala carente
como as folhas caindo no outono
apodrecem velhas e secas
assim me encontro perdida
na floresta na mata na vida
tentando e tentando sem parar
me ferindo e entregando minhas feridas
mas há de ter alguém assim gerado
do mesmo barro molhado
que ainda sinta na chama
a vontade de ser livre comigo.

domingo, 11 de setembro de 2011

Terraço Itália

São as luzes brilhantes da cidade
na altura que é minha intensidade
seus olhos brilharam tanto
sua mão tocando meu corpo
ficaram mais lindas as velas
a música
o encanto
e entre suas palavras e sorrisos
o beijo que marcou a minha noite
encontrei a segurança e o encanto
e tudo ficou bem mais manso
e a cada minuto que corria
eu não queia acordar
foi o sonho mais lindo realizado
no teu abraço quente e apertado
foi o meu Feliz aniversário
derramado e derretido por você
foi minha noite Cinderela
não perdi meu sapato
perdi você.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DRAGÃO

Os olhos vibrantes
o movimento ...
asas indomáveis
e o vento espalhando
sua ferocidade
animando no vermelho a intensidade
do seus desejos contidos
não pelo medo
mas por audácia
de ser forte e incandescente
viola o destemido e invade o descontente
retirando dos fracos o poder
não se entrega ao delito
errante
de um simples fogo ardente e enebriante
deixando que a mordaz e eternizante
astúcia da altura o finalize
arranca das colinas os pedaços
onde se abriga no frio dos altos cumes
e despeja sua solidão entediante
abaixando calmamente se deleita
olhando as serpentes deslizantes
desenharem nas pedras seu caminho
observa até que a fome lhe domine
e encara firme e decidido
se alimentando no momento necessário
pra depois fortalecido descobrir
nos reflexo das águas sua imagem
e assim redescobrir o seu prazer.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ANJO NEGRO

E..
quando se encontram duas peles
se tocam quatro mãos
se envolvem em delírios estontenantes
as almas
os corações

E
o que se pode dizer sobre nós dois
senão o defeito da razão
que encolhe os sentimentos divergentes
absorve os mais temíveis sentimentos

E
O que se pode sentir dentre tantas coisas
a não ser o momento da inflexão
dos pensamentos perfeitos
dos que não temem o amor

E
o que se pode filtrar
dentro da cor do Anjo Negro
cujas asas me protegem
o sorriso me aquece
e o corpo me altera

E
se for uma algema calada e fria
que nos prenderá um ao outro
nada se pode fazer
quando o grito ecoa forte
quando o gesto teme o açoite

E
se mesmo assim ainda quiseres
minha carência absoluta
estarei entre teus sonhos e minhas fraquezas
para que possas ser a verdade
que um anjo deve ser

E
então entre a luz e a cor
estaremos unidos
para viver o prazer
de ser quem somos
a energia do sonho
a pureza do amor.

sábado, 20 de agosto de 2011

Conduta


Seria ineficaz minha conduta correta
não fosse o mero defeito de amar...
 fagulhas do fogo ...
a angústia de não ter indecisão
saber que o que quero arrepia
consome meus frágeis momentos..
Eu pensava que podia voar
que podia ser bem mais
embora me calassem todas as façanhas que a vida me deu..
Foram ilusões os meus deleites
e rebeldes meus desejos..
agora
fico aqui me traumatizando
e os meu hematomas ninguém pode ver
 cada dia uma cidade
cheia de casas e prédios
cresce dentro de mim..
em cada uma mora um anjo
que ficará preso
até que alguém me traga a chave...
mas não espero um salvador
retiro devagar minhas pegadas...
cidade fantasma cidade verdade
traduzida na dança que ministro
lá estão os meus pedaços
pra que não se saiba quem sou
fico aqui absorta
olhando o vento bater
nas janelas
por onde espio as sacadas
vazias, cálidas e fechadas.
Cidades de medo cidades de gelo
onde um dia viveram poemas
hoje não vive mais nada.
Não fosse minha conduta carente
faria o meu sentimento
transformar-se em borboleta
pra voar muito longe de mim
e morar na menor estrela
pra poder assim viver calma
sem o gesto maléfico e contraido
que meu coração abatido
remove de dentro do mar.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Do LADO DE FORA

Estou do lado de fora
como quem olha sem tempo
as coisas que passam bem fortes
rápidas e quentes...
Estou do lado de fora
pra quem quer me ver por dentro
apago as substâncias ferrosas
que atacam meu fígado,meu tempo.
Estou com medo de mim
e nas encostas de ombros largos
deixo mordidas de fogo
arranho a pele sem carne
pra guardar um pouco dos homens
dentro de minhas unhas secas...
Estou do lado de fora
da minha boca que geme
na força, eu aperto intensamente
perco o controle
abraço...
como quem abraça o vento...
Amanhã, não se pode ter
o gosto que se tem no momento
são beijos e gozos perdidos
daqueles iluminados sentidos
entre páginas e gritos
lá está a culpa...
0nde tudo que perco.. sozinha
no vale fundo e gelado
ouço o eco tenebroso
das rugas , dos templos...
São as velas derretidas... é
a parafina, o amor
em cores e transparências
lá se vão
os anos, a flor
Estou do lado de fora
das pétalas, dos espinhos, da terra
olhando abstrata o regresso
das sombras dos objetos...
nada fica parado
quando visto pela sombra
da forma original pouco se ve
pão, vinho e fama
é assim que olham você
em de tudo que é a verdade
a sombra não expressa quem sou
na deformação enxergada
se julga na ira
e a entrega é calada
por que só veem a sombra...
Estou do lado de fora
da massa cinzenta que pensa
provoca impulsiona e abate
assim vejo a camada
da minha crosta terrestre
alagada de fluidos anônimos
que brigam dentro de mim
desconto tudo olhando nos olhos
do espelho amarelo sem fim
que rebate mil vezes minha imagem..

choro,
 pois não sei qual delas sou...


Estou do lado de fora
na intenção de me misturar
com todas as falhas e gestos
engolindo e cuspindo a saliva
beijando minha própria boca
pra lembrar
que não posso viver sem mim.


































domingo, 7 de agosto de 2011

Sementes

Em meio ao caus frenético
as palavras se abrem em longas histórias
espalhando -se em minha mente e vertendo pelos meus lábios
escuto a mim mesma e me canso
são palavras vazias de carinho
tristes de expressão
verdadeiras no sentido
imortais no inconsciente
grandes momentos de genéricas teorias
que nada fundem nunca se unem
nada dizem aos outros
germinam sementes de carência
pra poder culminar em amor.

domingo, 24 de julho de 2011

Onde está você

Te espero na mesma esquina 
querendo ver a luz
que me espelha nos vidros do carros ...
e são tantos, que me vejo em mil 
mas as imagens são tolas 
não mostram o rastro que estou
são focos de sons de olhos e brilhos
enquanto escondo nos fios
meus dedos finos e longos
que procuram no emaranhado de mim
o tatil senso do destino
no qual nunca acreditei
e mesmo perplexa e ativa
careço do beijo que não dei
na boca que não vi nesta noite
por que não te encontrei.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sua voz

Na minha mente gravo as palavras que diz
suaves e fortes
tensas e duras
meigas e doces..
me falam como devo agir
como pensar
como sentir
mas não me ensinas nunca
como viver sem ti.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para minha doce filha CAROLINE

Se eu pudesse deixar-te um legado
deixar-te ia minha compaixão,
minha forma simples de ver a vida,
todo amor do meu coração.
Se eu pudesse te pouparia de todas as dores, mesmo que elas fossem pra você aprender
pois aprender as vezes é tão duro...
Se de tudo que eu deixar de mim
ainda  algo  não tenha te dado
portaria a bolsa mais longa e forte
pra caber todos os meus conhecimentos
todas as angustias que venci
todos os medos que ainda tenho
pra você ficar mais forte que eu
e sua bagagem ficar mais leve que a minha..
Se eu pudesse te dar  luz pros momentos de escuridão
 tão individuais
iluminaria seu interior com gotas de cristal...

Minha doce Carol
queria poder fixar suas risadas nas paredes de todas as casas tristes
de todos os que estão sofrendo
de todos que não tem você..
Se eu pudesse minha amada, falaria apenas o que não machuca
não fere, não destrói
faria de você rainha da juventude
e tua coroa seria feita das lágrimas que verti em todos os momentos em que te vi a cada dia
crescer mais e mais
e lentamente te perder pra vida
sem saber como te proteger do fogo
da água do vento do mar.. deixo -te voar...
 flor  solitária...
 congratulada de graça e fugacidade
 escorada na coluna da paz
na segurança de Deus
e no abraço da  minha amizade.

domingo, 12 de junho de 2011

REBELDE

Quando seus olhos encontram a verdade
e o seu coração pulsa mais alto que nunca
seu rosto fica com o brilho
seu abraço não aceita nenhum outro
suas lágrimas escorrem como ácido
e a solidão te corrói por todas as noites
é difícil acreditar nas palavras
pois tantas vezes foram ouvidas
nada mais tem razão
e a esperança fica sem cor
se perde a noção do que é real
e entre dragões e serpentes
você mal consegue se enxergar
então alguém aparece na sua frente
e te fala tudo que você sempre quis
te promete a alegria e o infinito
e já não é possível mais tocar suas mãos sem gelar
a rebeldia toma conta de tudo
por que não se sabe onde tudo vai parar
dai eu peço que entenda
o contrário de tudo que eu falar
se disser vá embora.. fique
se te pedir pra sumir... me abrace
se eu te renegar não me solte
e quando eu ficar calada não pergunte
estou sendo eu do avesso
pra você não me amar
pois tenho medo do que sinto
não posso mais ser meiga nem doce
me perdi dentro dos meus sentimentos
sou o espelho de mim e
enquanto as cores ainda estiverem apagadas
tudo em mim é irreal
e quanto mais acessa estiver minha paixão
mais ainda te mostro que não valho a pena
pra que você não se encante
e assim me deixe como todos
que não conseguem entender que estou ferida demais
e que não me entrego tão fácil
 meu sentimento esta marcado
pela dor o abandono a violência e a ingratidão..
se você sente que sou eu quem você quer
me ame do avesso me ame rebelde
me ame ruim
pois se você me amar assim
saberei que merece ter quem sou
e talvez eu consiga diminuir aos poucos
a insegurança  do meu coração.

domingo, 8 de maio de 2011

Mundo Paralelo

"Quando se olha através de alguém
pode se conhecer o universo paralelo entre o amor e a verdade
e isto nos remete ao mundo mais louco...
o mundo onde se ama a alma.."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Olhar cativante

Empresto à você os meus olhos
para que vejas do meu modo...
sentindo o que permanece congelado
e percebendo as mentiras dos outros...
São olhos que veem o mundo
com cor, giros e gritos...
que penetram profundo na alma
dos que sofrem de tudo um pouco..
São os loucos, os medrosos os calados
os tímidos os fracos os rejeitados....
pode olhar , mas olhe com calma
e não tenha medo do que está lá
são pessoas que tem o que querem
mas não sabem ter o que precisam...
Meus olhos cativam os que tem ainda
a verdade escondida
e olhando por eles encontaras
a transparencia da alma dos que amam
sem nunca saber o que é amar...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Amor imaginário

Me abraça forte
diz o que preciso ouvir e não o que eu quero
faça meu coração parar de bater sozinho
em meio as loucuras eufóricas do dia a dia
encontra qual é o lugar certo
pra colocar a chave
derruba a montanha que encobre os meus olhos
preenche o vazio que fica alerta
enquanto os momentos escuros me esquecem
desenha as linhas do meu corpo
dentro de você
segue forte o caminho que meu desejo sente
não se importe se eu te mandar embora
pois só assim
sei que o meu segredo está contigo
e não liga se eu não falar coisa com coisa
é assim que te digo o que sinto
espera que eu te abrace e chore
porque quando choro sou eu mesma
e nada posso gerar de novo
sem a verdade do teu calor em mim
esquece o que viveu de ruim
mas não apaga da memória
pois sem o que fomos
não poderemos ser quem somos
e assim não saberíamos mais dizer o que amamos
tudo pode ser simples
se deixar que o encontro de nossas almas se embriague
porque é inconseqüente o falar
se não está acompanhado do silêncio..
Absorve cada gota do meu beijo
e guarda em seu olhar o meu brilho
ja será tarde o momento de nos encontramos
e mesmo assim
a magia estarrecerá nossas almas
e fazendo isso
estaremos em paz
ficando assim mais lento
o vento
o fogo
o canto
enquanto balançam livres os galhos da árvore
e voam suaves as folhas que
encontrando o chão não se sentem mortas
sabem que seu tempo é esse
mesclando o cinza da chuva
com seu casaco de couro
me apego aos detalhes
tão frágeis
e neles espero paciente
por você
meu amor imaginário..



quarta-feira, 27 de abril de 2011

A ONDA E EU

Se não posso te tocar
no mar encontro com você...
me entrego e isso é verdade
momentos invisíveis aos outros
eu e a onda
nela me encosto
o gelo me acalma
o movimento me integra
paradoxo incontrolável
se adestro meu corpo e me moldo
onde encontro com ela sem ser no mar..
Onde posso ter teu impacto
teu segredo
teu imaginário
são ondas
sou eu
é o mar...


sexta-feira, 18 de março de 2011

Agudos

Sendo um pouco mais exata,
o absurdo sempre me delata
me pego cantando canções abstratas
rimadas em sons etílicos
agudos marcantes
meio assim sem brilho
pois não consigo iluminar sem calor
e o calor vem de quem procuro as tontas
embevecida entres nuvens e chuvas
e me esqueço como são claras as noites que vivia aquecida em algum ombro..
seria tão profundo meu sono que já nem lembro mais os tons
das batidas que antes me gemiam e que caladas respiram em minha alma
ficando então atônitos os lábios endurecidos e sem beijos
pérfidos e gélidos
no vermelho do batom estremecidos
ecoam ainda os distúrbios de todas as fálicas lembranças
cujo cheiro não escondo na memória
e relato nas poucas coisas que digo
e tremo em meio a este gosto
enrolada em meus cabelos longos declaro...
estou morando em mim
e isto me deixa distraida
porque morar em mim é calmo
e não sei ser calma e sem medos
estou aprendendo a ficar
destemida sem trauma do vazio
gerando alguns calafrios
eu retiro minha capa de bela
e adormeço entendendo o tempo
que sem piedade me acaba
e em suas marcas debruço solta
e na humildade entendo o seu poder
pois nada posso contra o tempo
aceito então a condição
de nada deixar em branco
tirando o fato de estar agora sem nexo
tumultuada e aflita
reconheço que sou efêmera
e que tudo não passa de informação genética
( em meados de alguns anos se apagarão)
esquecidos tímidos e solitários
depositados em caixas de madeira
terminam ali nossos sonhos
as vontades as metas os papéis
nada restará que nos contente
pois assim é o fim de quem vive intensamente
nada sabe de si mesmo a não ser o inconsciente
revelado na subliminares mensagens
estarão lá os meus hectares
de terras de idéias e planos
e nada mais se diga em vão.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ALONE

Um fio de cabelo mais curto
permeia os meus ombros bronzeados
onde não sinto o toque de nunhuma mão
que me queira assim profundamente
tão longe que não vejo mais a luz
por que não tenho o amor que nem pressinto
embora aconteçam falas e gestos
não oculto meu desejo de beijar..
a boca da verdade que me odeia
por eu nunca mais amar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

TROCA

Andando sozinha pelas calçadas
percebo as falas os gestos
as coisas desconectas...
e como fosse um vento
eu passo pelas ruas esquecida
de como fora antes o meu dia
e como será amanhã...
são frases jogadas
turbulentas contradições
de quem pensa...
na jangada que velejo o mar do tempo
esperando ficar ele menos longo
enquanto tento encontrar o amor de frente
longe da aparência que me visto em cada dia
desaparecida do frágil visual fútil e irrelevante, quem será o gigante
que me encontrará além da imagem que proponho
além dos olhos e da boca atraente
que gera a sedução que não me encaixo
para tentar driblar a verdade
(que é o que sinto e penso)
o preço da beleza e do desejo
trai a idéia de mim mesma
contraída na roupa agarrada
finda a mais fina camada
onde escondo a fala o grito e o encanto
facilmente espelhada em meus olhos
por aquele cuja visão é alta;
tendo em vista a minha mente
troco tudo que for fácil pela verdade que atropelo
com a superficialidade trabalhada
pra que não seja encontrada
minha alma vazia de amor
meu corpo carente de emoção
meu sentimento mais puro...
graduado de um em um
até que se encham os copos
e transborde minha paciência
na jaula imensa que é meu eu
onde presa amorteço minhas quedas
tremendo de medo eu não revelo eu troco
alma, corpo e mente.
Querendo ficar menos solta
pra que você me absolva das culpas
me entenda em sussurros e
beije o meu espírito
abaixando minha nuca em tua boca
emaranhado no meio dos meus cabelos
resolva decidir que sou pra sempre
troco tudo
troco o tempo
pelo que realmente fica
guardando imagens seladas
pelo apelo do amor que não tenho
pelo sossego de teu segredo
troco o teu amor pelo meu gelo.


sábado, 29 de janeiro de 2011

Tão Perto tão Longe

Como se fosse fácil
adentrar em tua vida e sair assim
sentindo teu cheiro em meu corpo
sua alma em mim
e os pássaros que estavam vendo tudo
no por do Sol da praia
perceberam meus olhos brilhantes
que estavam molhados de ti
sabendo a verdade que era escolher
um momento azul ..
Não sei como isso aconteceu
mas não termina na música
não escapa da mente...
São suas asas em mim
seu gosto em meus lábios
teu abraço em meu bronzeado
seu olhar em meu acaso...